A comunidade não pode vir a ser prejudicada

Helio Mattos de Moraes*

Todo governo ou dirigente que deseja efetivamente ajudar os menos favorecidos deve se preocupar em tratar bem os ricos, e muito especialmente, os empreendedores, pois são esses os mais importantes criadores da riqueza na comunidade.

Assim sendo, o ambiente em que os empreendimentos são tratados, analisados, licenciados ou autorizados deve ser tranquilo e amigável, com confiança mútua e regras claras, exigências objetivas e razoáveis, tributação simplificada, impostos baixos, segurança jurídica e também física, instituições sólidas, respeito à meritocracia e ausência de improviso.

Então, a partir daí, no processo competitivo, haverá vencedores e perdedores, cujos resultados evidentemente deverão ser sempre respeitados.

Talvez a filósofa russa Ayn Rand foi quem resumiu de forma magistral esse pensamento, pois ao falar sobre o dinheiro ela colocou na boca de um de seus personagens as seguintes palavras: “Não espere que eles (os empresários) produzam, quando a produção é punida e a pilhagem recompensada”.

Então, diz Rand com estarrecedora clareza:

“Quando você perceber que para produzir precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em autossacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

(*) advogado, foi empresário na Serra do Cipó. — E-mail: heliomoraes@gmail.com